sexta-feira, 27 de julho de 2012

História do Cangaço


    
       Entre o final do século XIX e começo do XX, surgiram alguns grupos de homens armados conhecidos como cangaceiros, localizados no nordeste brasileiro. Estes grupos apareceram em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina onde havia muitos latifúndios, que concentravam terra e renda nas mãos dos fazendeiros, chamados "coronéis" e deixava o restante da população nordestina a margem da miséria.
       Os cangaceiros andavam em bandos armados, espalhavam o medo por todo sertão nordestino. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para obtenção de resgates em forma de dinheiro. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, e eram muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época, principalmente as mais pobres. Eles possuíam uma vida nômade, ou seja, indo de uma cidade para outra. Ao chegarem às cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais e os que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência.




       Os constantes ataques e o não cumprimento das leis levaram as polícias estaduais a criar forças especiais para combatê-los, as chamadas "volantes", comandadas por policiais de carreira, mas formadas por "soldados" temporários. Quanto ao governo federal, seu descaso pelo cangaço foi sempre o mesmo manifestado pela cultura pobre do semiárido de um modo geral. Os cangaceiros usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solos e vegetação) para fugirem ou obterem esconderijos.  

 

       Existiram diversos bandos desses heróis do sertão, porém, o mais conhecido foi de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) e Maria Bonita.


     
        Em 1938, o governo de Alagoas se empenhou na captura de Lampião. Uma volante comandada por João Bezerra criou uma emboscada para Lampião e seu bando em Sergipe. No dia 28 de julho de 1938 na localidade de Angicos, o maior cangaceiro de todos os tempos finalmente foi apanhado pelas autoridades, que exerceram corretamente a justiça, onde foi morto junto com sua mulher, Maria Bonita e mais nove cangaceiros. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região.

       Depois do fim do bando de Lampião, os outros grupos de cangaceiros, mesmo já enfraquecidos, tentarem se reerguer, todavia, foram mortos ou presos pelas volantes. O cangaço terminou oficialmente na década de 40, onde o Brasil passava por muitas transformações econômicas que levaram várias pessoas para as maiores cidades na região sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro.


Desfrute de um pouco da história do cangaço através do cordel:

"[...]

O Nordeste dominado
Por corruptos coronéis
Controlando a economia
Atuando em seus cartéis
Ficando assim definidas
As classes e os seus papéis

O coronel e sua família
Desfrutavam da riqueza
E o povo trabalhador
Mergulhado na pobreza
Concentração de terra e renda
Pense numa safadeza

Mediante este cenário
De extrema desigualdade
O Cangaço ganhou força
Ganhou notoriedade
Foi movimento social
Tentou mudar a realidade

Não tinha ideologia
Nem possuía coesão
Por isso tem gente que pensa
Que cangaceiro é só ladrão
Mas não é bem por aí
Isso é desinformação

Eles promoviam saques
Seqüestravam fazendeiros
Chegavam a algumas cidades
E lá extorquiam dinheiro
Só que isto não resume
A atuação do cangaceiro

Ele era antes de tudo
Um insubordinado
Que colocava em xeque
O poder estipulado
Por isso em muitos lugares
Era bastante admirado

Representante do povo
Contra anos de opressão
O grande latifundiário
Esse sim era o ladrão
Pois tinha toda a riqueza
Concentrada em sua mão

E nesse ambiente hostil
A lei não era utilizada
Imperava a violência
A lei do tiro e da facada
E a população no meio
Entre a cruz e a espada

De um lado os cangaceiros
Do outro estava a Volante
O confronto entre esses dois
Era algo bem constante
Sendo o que houve em Angicos
De todos o mais marcante
[...]"
(http://batedeiraindustrial.blogspot.com.br/2011/11/mais-um-cordel-sobre-o-cangaco.html)


http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/cangaco-banditismo-no-sertao-nordestino.jhtm
http://www.brasilescola.com/upload/e/Lampiao.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibAc1fOWXF2MR8YN5G8HCjNiUUzHaNp5ec13GLXgDy-QkOr0te7GySRuTtn862wtJp9IbsLCOFCzKCyPocps91C09Mo8qJQJknHAjOurixnVSB7Dh7HkscuClIk4Pg58k4tm85X6MzdWF5/s1600/Cartazlampiao.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyXRuJQRDk_6q-xB64QbveeWuTc4qHMYwAKZpQiD2UP6rcCZeJwIV076EiXbiE_N7wDXNNDdmn7rmFv2A2H7gDkiIlhTnYy3V8l-RoTmJUsetUNm6GIH-I5dLRf4VHkLs-9K_pMKVKFSJ-/s400/bando+de+lampi%C3%A3o
http://www.eunapolis.ifba.edu.br/informatica/Sites_Historia_EI_31/cangaco/Site/imagens/b.jpg


 


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