domingo, 29 de julho de 2012

Como se faz a datação de fósseis?

Fóssil no MAX(Museu de Arqueológia de Xingó) (1)


       Para fazer-se a datação de um fóssil é utilizado o carbono 14, assim, quanto menos carbo no 14 for encontrado nesse, mais antigo ele é.
       O Carbono 14 é um isótopo radioativo formado por bombardeios cósmicos, dos quais são liberados nêutrons que aderem ao átomo, alterando o seu número de massa, assim o C-14 tem dois nêutrons a mais que o isótopo estável de carbono: o C-12. Esse radioisótopo é formado nas camadas superior da atmosfera.
      O carbono 14 liga-se ao oxigênio formado dióxido de carbono, esse é absorvido no processo de fotossíntese e repassado para os animais e humanos na forma de alimentação, ou seja, de uma forma ou de outra, todo o ser vivo possui esse isótopo em sua composição.
     Assim, quando um ser vivo morre, o carbono 14 para de ser absorvido nesse e depois começa a se desintegrar em carbono 12, sendo possível através de cálculos a determinação da idade do fóssil. Por exemplo, em um fóssil de 11.480 anos, é encontrado somente ¼ da quantidade habitual de C14. Já em um fóssil de 22.960 anos deve-se encontrar 1/8 da quantidade normal do radioisótopo.




Gráfico: Teor de Carbono-14 x Tempo (2)


Veja um relato detalhado de como ocorre essa datação:

“A técnica convencional de datação por radiocarbono é baseada na medição da proporção de partículas beta irradiadas numa amostra. O material para datar é previamente convertido num gás ou numa solução líquida e em seguida é colocado num contador de radiatividade para se medir a proporção de alteração. É impossível medir toda a radiatividade numa amostra com esta técnica, sendo o processo de medida dividido entre 5 a 10 fases, onde, em cada uma delas a medição de radiação beta é feita durante 100 minutos, isto permite o calculo da média da taxa de emissão radioativa que é depois comparada com um valor standart contemporâneo para determinar a idade da amostra. O carbono-14, numa amostra atual, emite partículas beta a uma taxa de aproximadamente 15/minuto/gm.”
(http://www.unifia.edu.br/projetorevista/edicoesanteriores/Marco11/artigos/gestao/gestao_foco_Carbono14.pdf)

      Porém, essa forma de datação não é totalmente confiável. Um dos tópicos é que os acontecimentos recentes, desde os testes da bomba atômica nos anos 50, vêm influenciando na diminuição da força do campo magnético, fazendo com que o carbono 14 possa penetrar com mais intensidade nos corpos, modificando assim a idade pressuposta dos fósseis. Um exemplo curioso foi um teste feito com carbono 14 em um caracol vivo e para surpresa de todos, o mesmo acusou uma idade de 27 mil anos a esse ser. (Science, Volume 224-1984, páginas 58-61)
Contudo, mesmo com alguns erros, esse é o método mais indicado na datação de fósseis e ajudou na identificação da idade de muitos desses no Museu Arqueológico de Xingó, que contém 240 esqueletos humanos.



Peças do MAX (3)



Fontes das fotos: 
(1)- http://images.ezerberus.multiply.com/image/2/photos/361/500x500/29/29.JPG?et=hHOZ%2BOdvX5EGGYgto4i%2CHA
(2)- http://quimicasemsegredos.com/images/Teoria/radio/radio9.jpg
(3)- http://multiply.com/mu/ezerberus/image/8/photos/361/800x800/25/25.JPG?et=dBcArWn3EwBbSx%2CJ%2BYpjcg&nmid=66215798


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