Esse trabalho teve como objetivo o conhecimento de diversos assuntos que envolvem o Nordeste. Foi baseado na viagem que tinha como percusso Paulo Afonso, Xingó, Piranhas, passando pelos estados da Bahia, Sergipe e Alagoas.
E para você que pensa que o Nordeste só tem praia, está muito enganado! Além das belezas naturais, há gigantescas obras criadas pelo homem, para gerar energia: as usinas hidrelétricas. Nesse contexto, o homem ainda surpreende ao estudar o seu passado através de fósseis, datando-os por meio da química e expondo-os no MAX(Museu Arqueológico de Xingó).
Ainda assim, existem histórias fantásticas que perduram por muitos anos, como a de Delmiro Gouveia e a do Cangaço, e vegetações exuberantes que encantam e embelezam o Nordeste.
Nesse blog você encontrará muitas informações que abrangem a história, a química, a geografia, a física e a biologia.
Venha conhecer um mundo novo dentro do nosso grande Nordeste e desfrute de todos os conhecimentos a respeito desse!
Seja bem vindo ao blog Projeto Baile perfumado!
Grupo composto por : Luana Souza, Caio Alves, Larissa Rios, Nadine Marques e Kananda Crys
Delmiro Gouveia foi uma das três principais figuras do Nordeste
Delmiro Gouveia, entre Padre Cícero e
Lampião(1)
Delmiro Gouveia nasceu em Ipu, Alagoas, em 1863. Aos 15 anos ficou órfão e teve
que trabalhar para se sustentar. Semi-analfabeto, começou a vender bilhetes no
trem. Ao testemunhar as idas e vindas das riquezas provindas das exportações e
importações, resolveu arriscar-se em novos negócios.
Então, começou a comprar e vender peles e couros de animais, produtos esse que
tinham grande preço no mercado internacional, principalmente nos Estados Unidos
e na Europa. Nesse contexto, aos 25 anos ingressou na empresa americana Keen
& Co, porém essa não ia muito bem financeiramente, com isso Delmiro
convenceu os proprietários de que era o homem certo para conduzir os negócios
no Nordeste.
Depois de dois anos nessa administração, ele já era dono de sua própria
empresa; A casa Levy & Delmiro e depois proprietário da Delmiro & Cia,
consagrando-o como “o Rei das peles” e enriquecendo com esse comércio.
Nesse aspecto, Delmiro teve grande importância no Brasil, incentivando o
nacionalismo, a partir da criação de empresas brasileiras, que utilizavam
grandes contingentes de mão-de-obra local e matéria-prima da região. Isso fez
com que os preços do produto final abaixassem e que saíssem à frente das
empresas estrangeiras. De uma de suas viagens a Chicago, surgiu a ideia de intalar no Brasil o que foi considerado o pimeiro shopping center nacional. O Mercado Derby era um conjunto de 264 lojinhas e foi bastante visitado.
Mercado Derby(2)
Sua ascensão incomodava concorrente por ele vender mercadorias com preços mais
acessíveis e perturbava também a elite pernambucana que não gostava do poderio
que ele tinha adquirido em tão pouco tempo sem nem ter “sangue azul”.
Delmiro sofreu muitas tentativas de homicídio e o shopping foi incendiado,
quase falido refugiou-se na Europa. Depois disso, retornou ao Brasil, e
recomeçou em Alagoas o comércio de couros, depois de dois anos já mostrava
sinais de riqueza. Com isso, planejou através de viagens a Europa, construir
uma hidrelétrica no Brasil, no Salto de Angiquinhos, no lado alagoano do Rio
São Francisco, primeiramente para mover máquinas de sua fábrica de fios, da
marca Estrela, em Pedra. Sua fábrica recrutou nordestinos de todo sertão,
salvando-os da seca e do desemprego.
Hidrelétrica de Angiquinhos.(3)
Essa fábrica foi crescendo ao longo dos anos e permitiu o desenvolvimento de
uma cidade inteira: Pedra. Delmiro proporcionou a uma região estéril, uma
fertilidade jamais vista no sertão. Veja alguns melhoramentos:
“Pedra dispunha
da melhor luz elétrica do Brasil, de uma vila operária, água encanada em todo o
perímetro urbano, fábrica de gelo, jardins, telégrafo, telefone, banda de
música, cinema, tipografia, escolas para crianças e adultos. Nas calçadas, nas
tardes de domingo, as moças sentavam-se em cadeiras austríacas. À noite, havia
retreta, carrossel, cinema e dança. No último domingo do mês, nos bailes do
cassino, davam-se prêmios de 20 mil réis à jovem mais elegante em traje de luxo
e à mais elegante em traje simples. As sete ruas da cidade conheceram os
primeiros automóveis do sertão. E também o primeiro equipamento para tratamento
de esgoto, que era encanado. Delmiro montou uma das primeiras creches para funcionários
de que se tem notícia no Brasil, além do regime de trabalho de oito horas.” (http://www.radiodelmiro.com.br/institucional/delmiro/historia.asp)
Em pouco tempo, a marca Estrela dos produtos de Delmiro dominava o mercado
latino americano, ajudado pela Primeira Guerra Mundial, que impedia o
deslocamento de produtos europeus para a região. Sua fábrica era tão lucrativa
que ingleses da Machine Cottons tentaram comprá-la sem sucesso.
No dia 10 de outubro de
1917, Delmiro foi morto com três tiros no chalé em que vivia. Sua morte ainda é
um mistério, mas há hipóteses de que foram um de seus inimigos, os oligarcas ou
os concorrentes comerciais. Anos depois, as máquinas foram lançadas no Rio São
Francisco pelos concorrentes, sinalizando o fim da grande fábrica.
Delmiro ficou na lembrança como um incentivador do trabalho, homem que sonhava
com um nordeste de dentes tratados, a barriga forrada e que seria pobre, mas
decente. Esse mesmo homem que fundou a primeira hidrelétrica brasileira morreu
de uma forma irônica, pois graças a luz elétrica foi possível a emboscada noturna,
o que não ocorria até então.
Para fazer-se a datação de um fóssil é utilizado o
carbono 14, assim, quanto menos carbo no 14 for encontrado nesse, mais antigo
ele é.
O Carbono 14 é um isótopo radioativo formado por
bombardeios cósmicos, dos quais são liberados nêutrons que aderem ao átomo,
alterando o seu número de massa, assim o C-14 tem dois nêutrons a mais que o
isótopo estável de carbono: o C-12. Esse radioisótopo é formado nas camadas
superior da atmosfera.
O carbono 14 liga-se ao oxigênio formado dióxido de
carbono, esse é absorvido no processo de fotossíntese e repassado para os
animais e humanos na forma de alimentação, ou seja, de uma forma ou de outra,
todo o ser vivo possui esse isótopo em sua composição.
Assim, quando um ser vivo morre, o carbono 14 para
de ser absorvido nesse e depois começa a se desintegrar em carbono 12, sendo
possível através de cálculos a determinação da idade do fóssil. Por exemplo, em um
fóssil de 11.480 anos, é encontrado somente ¼ da quantidade habitual de C14. Já
em um fóssil de 22.960 anos deve-se encontrar 1/8 da quantidade normal do
radioisótopo.
Gráfico: Teor de Carbono-14 x Tempo (2)
Veja um relato detalhado de como ocorre essa
datação:
“A técnica convencional de
datação por radiocarbono é baseada na medição da proporção de partículas beta
irradiadas numa amostra. O material para datar é previamente convertido num gás
ou numa solução líquida e em seguida é colocado num contador de radiatividade
para se medir a proporção de alteração. É impossível medir toda a radiatividade
numa amostra com esta técnica, sendo o processo de medida dividido entre 5 a 10
fases, onde, em cada uma delas a medição de radiação beta é feita durante 100
minutos, isto permite o calculo da média da taxa de emissão radioativa que é
depois comparada com um valor standart contemporâneo para determinar a idade da
amostra. O carbono-14, numa amostra atual, emite partículas beta a uma taxa de
aproximadamente 15/minuto/gm.”
Porém, essa forma de datação não é totalmente
confiável. Um dos tópicos é que os acontecimentos recentes, desde os testes da
bomba atômica nos anos 50, vêm influenciando na diminuição da força do campo
magnético, fazendo com que o carbono 14 possa penetrar com mais intensidade nos
corpos, modificando assim a idade pressuposta dos fósseis. Um exemplo curioso
foi um teste feito com carbono 14 em um caracol vivo e para surpresa de todos,
o mesmo acusou uma idade de 27 mil anos a esse ser. (Science, Volume 224-1984,
páginas 58-61)
Contudo, mesmo com alguns erros, esse é o método mais
indicado na datação de fósseis e ajudou na identificação da idade de muitos desses
no Museu Arqueológico de Xingó, que contém 240 esqueletos humanos.
Peças do MAX (3)
Mas lembremos sempre: Nada na química ocorre a
100%.
As
hidrelétricas de Xingó e Paulo Afonso são importantes, pois têm uma grande
participação no abastecimento de energia para a região Nordeste. Porém como quaisquer
hidrelétricas geram diversos problemas ambientais na área em que estão
situadas, como devastação da flora nativa e extinção de espécies da fauna.
Para a
construção de uma hidrelétrica é necessária a limpeza da área ao redor da
represa, destruindo as matas ciliares, habitats de animais e retirando a
população ribeirinha que perde sua moradia. Além disso, podem ocorrer
alterações na temperatura da água devido à geração de energia e muitos peixes
podem não se adaptar. Há ainda o aparecimento de espécies de peixes, desviadas
de outras regiões para a da usina, que vão competir com os peixes próprios da
área da hidrelétrica por muitas vezes extinguindo tais peixes ou alterando na
cadeia alimentar.
Um exemplo desse fato ocorreu em Alagoas onde várias
espécies de peixe estão desaparecendo como: pirá, surubim, niquim e outras que
já não existem. O rio está sendo invadido pelo tucunaré, peixe nativo da Região
Amazônica espécie carnívora que se alimenta, até, dos próprios filhotes, dotado
de uma grande capacidade de reprodução, predador por natureza que está
aniquilando com as várias espécies de peixes nativas da região. “Sua presença,
no São Francisco, mudou até a culinária típica da região do sertão. Em
decorrência, em Piranhas/AL, o surubim e o pitu, naturais da região, viraram
raridade, enquanto os pratos servidos com o Tucunaré são oferecidos para todos
os gostos. (Gazeta de Alagoas: 2000)”
Assim também, as hidrelétricas provocam a
redução da vazão das águas dos rios e prejudicam principalmente as regiões que
têm menor índice pluviométrico, já que diminui a regularidade das chuvas. Essas
usinas causam grande estrago em áreas que são planas por provocar um alagamento
muito maior, contudo a hidrelétrica de Paulo Afonso apresenta a melhor relação
entre área inundada e potência final devido ao seu acentuado desnível de relevo.
Nome popular: Barriguda, Paineira-branca, conhecida como “Noiva da mata”
Nome Científico: Chorisia glaziovii
Reino: Plantae
Filo:Anthophyta
Classe: Magnoliopsida
Classificação Morfofisiológicas:A altura da árvore quando adulta varia de 10-15 m, com
copa larga e muito ramificada que projeta boa sombra quando provida de folhas. O
tronco pode passar de 1 m de diâmetro, intumescido a meia altura e revestido
por acúleos negros de formato cônico, medindo em média 5 cm. Seu fruto é uma
cápsula elipsóide, conhecida popularmente por paina. Durante o inverno perde
totalmente a folhagem, dando lugar a exuberante florescimento, onde flores
brancas conferem à árvore beleza ímpar. Internamente as sementes são revestidas
por uma fibra conhecida por lã-de-barriguda, outrora muito utilizada no
enchimento de travesseiros e colchões.
Utilidades:Árvore
ornamental de tronco bojudo com flores brancas. Excelente para plantios
heterogêneos em recomposição de áreas degradadas, devido ao seu rápido
crescimento. Seus frutos são apreciados por periquitos e maritacas que consomem
a semente e a casca dos frutos, mesmo quando imaturos.
Nome popular:Angico-do-cerrado,
angico-do-campo, arapiraca, curupaí, pau-de-boaz
Nome científico: Anadenanthera falcata
Classificação
Taxonômica:
Reino: Plantae
Filo: Anthophyta
Classe:Magnolopsida
Características:Espécie pioneira pode
atingir alturas de 8 a 16 m de altura, com tronco revestido por grossa casca
suberosa, de 30-50 cm de diâmetro. Os frutos são secos e de cor marrom. Chama a
atenção o tronco com casca fissurada e gretada, formando muitas vezes vistosos
espinhos.
Utilidades: Sua
madeira é própria para construção civil, como vigas, caibros, tábuas para
assoalhos, dormentes e para uso em carpintaria e marcenaria. Por ser uma árvore com características ornamentais é
muito usada no paisagismo em geral. Sua casca também é aproveitada para curtir
couro.
Regiões de
existência:
cerrado, caatinga, litoral nordestino, tabuleiros arenosos e chapadas
Classificação taxonômica:
Reino: Plantae
Filo ouDivisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe:Magnoliopdida (Dicotiledonae)
Características: Árvore hermafrodita
de porte médio (entre 4 a 7 metros de altura), dotada de copa arredondada (4 a
6 metros de diâmetro); tronco tortuoso, bastante ramificado, áspero; ramos
lisos, avermelhados; látex branco abundante. Folhas opostas, lanceoladas,
simples, pecioladas, glabras nas duas faces, brilhantes, coriáceas, de 7 – 10
cm de comprimento por 3 – 4 cm de largura, coloração avermelhada quando novas e ao caírem. Inflorescência com
cerca de 1 a 7 flores perfumadas de cor branca. Fruto baga globosa, glabra, com
polpa carnosa e comestível, contendo muitas sementes; pode pesar de 30 a 260 g.
Utilidades: São comestíveis e
utilizados na fabricação de sucos, sovertes, doces e bebidas vinosas. A madeira é empregada apenas para caixotaria e para lenha
e carvão. Na medicina popular, o chá da folha é
usado para cólica menstrual e o
decocto da raiz é usado junto com o quiabinho para tratar
luxações e hipertensão. A
árvore é melífera e ornamental.
Classe: Liliopsida Regiões: Leste do Rio São Francisco, Bahia, norte de Minas
Gerais, Sergipe, Alagoas e sul de Pernambuco, na vegetação da caatinga e matas semidecíduas,
bem como na transição com restinga no leste e com o cerrado.
Características morfofisiológicas: É uma
angiosperma, xerófila, também chamada de palmeira, com caule classificado como
estipe.Mede de 8 m a 11 m, tendo folhas com mais ou menos 3 m de
comprimento, pinadas de pecíolo longo com bainha invaginante, e seus folíolos,
de coloração verde-escura.É uma planta monóica, sua flor feminina é curta e
amarela e a flor masculina é mais longa. O fruto é uma drupa com endosperma
abundante, ovóide e carnoso. Os cachos de licuri têm em média 1.357 frutos, que
tem comprimento e diâmetros médios de 2,0 cm e 1,4 cm.
Utilidades: Das suas folhas, são confeccionados sacolas, chapéus, vassouras,
espanadores, etc. A cera de licuri é utilizada na fabricação de papel carbono,
graxa para sapatos, moveis e pintura de automóveis, sendo considerada
equivalente a da carnaubeira.
Seus frutos são utilizados na culinária baiana, um exemplo é a
cocada de licuri.
O óleo de licuri também é transformado industrialmente para a
fabricação de sabão em pó, detergentes, sabão em barra e sabonetes finos. Além
disso, do licuri confecciona-se colares, contribuindo para a renda de muitas
famílias
Curiosidades: Com isso, o cultivo do licuri, palmeira de grande importância
social, conhecida por alguns como “o ouro verde do semi-árido” vem de encontro
a tal objetivo, uma vez que pode melhorar a renda e qualidade de vida da população.
Regiões de existência: Caatinga,
região do Agreste, Cariris Velhos
Morfofisiológicas: O
umbuzeiro é uma árvore de pequeno porte em torno de 6m de altura, de tronco
curto, esparramada, copa em forma de guarda-chuva com diâmetro de 10 a 15m
projetando sombra densa sobre o solo. Suas raízes superficiais exploram 1m de
profundidade, possuem um órgão (estrutura) - túbera ou batata. O caule, com
casca cor cinza, tem ramos novos lisos e ramos velhos com ritidomas (casca
externa morta que se destaca); as folhas são verdes, alternas, compostas,
imparipenadas, as flores são brancas, perfumadas, melíficas, agrupadas em
panícula de 10-15cm de comprimento. O fruto - umbu ou imbu - é uma drupa, com
diâmetro médio 3,0cm, peso entre 10-20 gramas, forma arredondada a ovalada, é
constituído por casca (22%), polpa (68%) e caroço (10%).
Utilidades: Suas
folhas e frutos são utilizadas como alimento para animais e humanos, sendo que
esse último pode ser transforado industrialmente em polpa de fruta, doces,
pastas, etc. A raiz da planta é túbera, chamada de batata-de-umbu é
coméstivel. Também a água dessa batata é utiizada em
medicina caseira como vermífugo e antidiarréica.A
casca do caule é utilizada como remédio.
Nomes
populares: Urundeúva, aroeira-do-sertão,
aroeira-do-campo, aroeira-da-serra, urindeúva, arindeúva, arendeúva e
aroeira-preta.
Nome científico:Astronium urundeuva.
Classificação
taxonômica:
Reino: Plantae
Filo:
Anthophyta
Classe: Magnoliopsida
Regiões
de existência: Ocorre desde o Ceará até o estado do
Paraná e Mato Grosso do Sul. É mais frequente no nordeste do país, oeste dos
estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e sul dos estados de Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso e Goiás.
Características
morfofisiológicas: Árvore de 5 a 30m de altura. Copa larga.
Tronco de até 80cm de diâmetro, casca castanho escuro. Folhas aromáticas,
compostas, alternas, imparipinadas (são as que possuem folículos em número
ímpar), com cerca de 5cm decomprimento, com 6 a 14 folíolos
opostos. Flores femininas amarelas ou verde-claras, dispostas em panículas
terminais ou axilares. Flores masculinas purpúreas, dispostas em panículas
pendentes. Sépalas persistentes. Frutos tipo dupla redonda, marrom-escuros,
apresentando superfície rugosa, de 0,3 a 0,4cm de diâmetro, contendo uma
semente. Sementes marrom-escuras, com tegumento membranáceo e desprovidas de
endosperma.
Utilidades:
A casca é utilizada com fins medicinais, atuando como cicatrizantes e
antiinflamatórios. Sua madeira é muito resistente e excelente na construção
civil e na confecção de pontes, vigas, esteios, etc.
Suas casacas, folhas e raízes são usadas como
regulador menstrual, contra inflamações de garganta e úlceras
Entre o final do século XIX e começo do XX,
surgiram alguns grupos de homens armados conhecidos como cangaceiros,
localizados no nordeste brasileiro. Estes grupos apareceram em função,
principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina onde havia
muitos latifúndios, que concentravam terra e renda nas mãos dos fazendeiros,
chamados "coronéis" e deixava o restante da população nordestina a
margem da miséria.
Os cangaceiros andavam em bandos armados, espalhavam o medo por todo sertão
nordestino. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a
sequestrar fazendeiros para obtenção de resgates em forma de dinheiro. Aqueles
que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, e eram muitas
vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e
até mesmo admirados por parte da população da época, principalmente as mais
pobres. Eles possuíam uma vida nômade, ou seja, indo de uma cidade para outra.
Ao chegarem às cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais e os que se
recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência.
Os constantes ataques e o não cumprimento das leis
levaram as polícias estaduais a criar forças especiais para combatê-los, as
chamadas "volantes", comandadas por policiais de carreira, mas
formadas por "soldados" temporários. Quanto ao governo federal, seu
descaso pelo cangaço foi sempre o mesmo manifestado pela cultura pobre do
semiárido de um modo geral. Os cangaceiros usavam roupas e chapéus de couro
para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta,
usavam todos os conhecimentos que possuíam sobre o território nordestino
(fontes de água, ervas, tipos de solos e vegetação) para fugirem ou obterem
esconderijos.
Existiram diversos bandos desses heróis do sertão, porém,
o mais conhecido foi de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) e Maria Bonita.
Em
1938, o governo de Alagoas se empenhou na captura de Lampião. Uma volante
comandada por João Bezerra criou uma emboscada para Lampião e seu bando em
Sergipe. No dia 28 de julho de 1938 na localidade de Angicos, o maior cangaceiro
de todos os tempos finalmente foi apanhado pelas autoridades, que exerceram
corretamente a justiça, onde foi morto junto com sua mulher, Maria Bonita e
mais nove cangaceiros. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais
públicos, pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região.
Depois do fim do bando de Lampião, os outros grupos de cangaceiros, mesmo já
enfraquecidos, tentarem se reerguer, todavia, foram mortos ou presos pelas volantes.
O cangaço terminou oficialmente na década de 40, onde o Brasil passava por
muitas transformações econômicas que levaram várias pessoas para as maiores
cidades na região sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Desfrute de um pouco da história do cangaço através do cordel: